“Tripulação do navio responsável pela queda da ponte dos Estados Unidos segue a bordo por 7 semanas”

Sete semanas após o incidente em que o navio Dali derrubou uma ponte em Baltimore, nos Estados Unidos, a tripulação ainda permanece confinada a bordo. Isso ocorre devido à falta de vistos ou documentos de entrada no país, o que impede o desembarque dos marinheiros, conforme relatado pela BBC.

O grupo, constituído por 21 pessoas, sendo 20 cidadãos indianos e um do Sri Lanka, permaneceu a bordo do navio mesmo durante uma série de explosões. Tais explosões foram realizadas em sua estrutura na segunda-feira (13), para remover os destroços da ponte que ficaram presos nela.

O navio de carga, que havia iniciado uma viagem de 27 dias de Baltimore para o Sri Lanka, colidiu com a ponte Francis Scott Key, resultando em seu colapso imediato e na morte de seis pessoas.

Desde então, a comunicação da tripulação com suas famílias tem sido praticamente inexistente, uma vez que seus celulares foram confiscados pelo FBI como parte da investigação. Joshua Messick, diretor de uma ONG local que protege os direitos dos marinheiros, informou à BBC que eles receberam novos aparelhos. Porém esse aparelhos estão sem os dados anteriores, e como consequência, o acesso aos contatos de amigos e familiares fica prejudicado.

Em breve, marinheiros poderão receber autorização para sair em passeio

A Marinha local ainda não detalhou como levará os restos do navio que derrubou uma ponte de volta ao porto de Baltimore. Posteriormente, segundo Messick, os marinheiros devem receber autorização para pequenos passeios na região, provavelmente em grupos menores e sob escolta. Um exemplo seria levá-los a um jogo de críquete, esporte popular na Índia.

Até o momento, ninguém divulgou informações sobre o retorno da equipe às suas casas.

A situação revoltou os sindicatos que representam os marinheiros, sediados em Singapura, onde a fabricante do navio está localizada. Em um comunicado de 11 de maio, os sindicatos pediram a devolução imediata dos telefones dos funcionários. Eles destacaram que a falta de comunicação com as famílias está “causando um sofrimento significativo para os membros da tripulação com filhos pequenos”.

Tripulação do navio que derrubou uma ponte sobrevive com doações

A tripulação sobrevive com doações de ONGs e moradores da região, que inclusive forneceram guloseimas indianas para os marinheiros. Além disso, Darrel Wilson, porta-voz da Synergy Marine, empresa de Singapura responsável pelo navio, afirmou à BBC que representantes já viajaram aos Estados Unidos para acompanhar a situação. Eles também enviaram centenas de quilos de comida pronta ao grupo, permitindo que o cozinheiro a bordo possa descansar.

As autoridades norte-americanas afirmaram que a embarcação sofreu duas panes elétricas cerca de 10 horas antes do choque, prejudicando seu funcionamento.

Embora o navio tenha ficado preso entre os escombros, a tripulação não pode desembarcar devido à falta de vistos e às restrições impostas pelas autoridades. Além disso, é importante que os marinheiros permaneçam no local para cuidar do que resta da embarcação. Durante a explosão planejada pela Guarda Costeira na segunda-feira(13), eles se abrigaram na parte de baixo do navio, abaixo do convés, sob a vigilância de um grupo anti-incêndio.

 

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